Punição ao Grêmio
Não é a primeira vez que a torcida mais racista do Brasil manifesta sua estupidez
Aranha é só mais uma vítima do racismo a que gremistas se habituaram a tratar como norma
Com o pretexto de que o apelido se trata de um registro histórico da época em que colorados subiam em árvores para assistir aos jogos do Inter, e não de um epíteto racista, muitos gremistas se acostumaram a se referir aos rivais como “macacos”.
Grunhidos de “uh, uh, uh” e imitações de macaco como as que foram direcionadas na noite de ontem ao goleiro Aranha, do Santos, se tornaram algo comum nas arquibancadas do Olímpico e, agora, da Arena. Os gremistas não abrem mão de chamarem os adversários, sejam eles colorados ou alvinegros, de macacos. Faz parte da cultura, para eles é normal. E o pior: para eles, não se trata de racismo.
Evidentemente que não são todos os torcedores. Talvez seja até uma minoria. Mas o clube nunca, jamais, fez nada para coibir atos e gestos discriminatórios de sua torcida. Campanhas contra o racismo? Sério mesmo? É muito, muito pouco perto da aberração em que se transformou a torcida do Grêmio.
Aranha não é o primeiro nem será o último. No começo do ano, Paulão, zagueiro do Internacional, foi ofendido por alguns torcedores na saída da Arena. Ninguém foi punido. Em 2011, o ex-meia colorado Zé Roberto já havia sido chamado de macaco, ainda no estádio Olímpico. Ninguém foi punido.
E quantos outros não devem ter sido igualmente discriminados diante da avalanche de ódio racial tricolor? É de uma imbecilidade sem tamanho dizer que “isso é futebol”, que, na arquibancada de um estádio, por ter pagado ingresso, o torcedor tem direito a propagar seus preconceitos impune e irresponsavelmente.
Que, pelo menos dessa vez, para honrar os diversos jogadores negros açoitados pelos racistas gremistas, o clube e os torcedores que imitaram macaco em direção ao goleiro Aranha sejam rigorosamente punidos, como manda a legislação. E que sirvam de exemplo a outras torcidas que pregam a mesma cartilha.
Não, racismo não é normal. Assim como ninguém, nem mesmo o maior rival, deve ser chamado de macaco, um termo que, em qualquer lugar do mundo, não representa outra coisa além do ranço irreparável da segregação racial.
FONTE: SITE REVISTA PLACAR.
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